domingo, 11 de julho de 2010

Impermanência


Tudo aquilo que não é, está/Tudo o que pode ser, será/O dia que está por vir, virá/O que não deve permanecer, acabará/O pensamento que não cabe mais, transbordará/O movimento da dança de dois, cá e lá/O sentimento que veio lembrar/Peles que se encaixam como um jogo de montar/O cabelo que acaricia as costas sem tocar/A noite que enxerga o dia, luar/Asas que batem, se batem, voar/O que é uma possibilidade, quiçá/O futuro é a certeza do Deus-dará

sábado, 3 de julho de 2010

Ligando os pontos


Ela olhou para ele e decidiram dar-se as mãos. Ele olhou para ela com olhos de querer bem e apertou mais ainda sua mão entrelaça a dela. Os dedos, esmagados, queriam se juntar. Ali não havia dor, apenas querer estar mais perto.

Os braços eram ponte para o amor que ali havia. Eram o elo que unia os corações que se amavam. O suor das mãos apertadas era o orvalho do sentimento que transbordava. Dois caminhos que se encontram para virar um mesmo andar.

Quando não há bifurcações o destino é menos incerto. O caminho de dois é mais fácil quando a direção é a mesma. Ninguém sabe para onde o outro que ir se não souber escutar.

Braços: dados.
Ouvido: alerta.
Coração: remédio.