domingo, 19 de abril de 2009

When we believe...


What is life made for if it is not to be lived?

Be lived!

Believed!

Believe it!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Bel far niente


Tem gente que diz que é coisa de quem não quer nada da vida. Eu digo que é coisa de quem quer mais, muito mais do que uma vidinha ordinária. Acordar sem pressa, ter tempo pra ler, pros amigos, pros priminhos e pro que der e vier não me parece, propriamente, um problema.

A vida é feita de pedacinhos. Pedaços do dia, das horas. Pequenos acontecimentos, grandes sentimentos. Sem isso fica sem graça, dá preguiça de acordar, dá tristeza quando a segunda-feira tá pra chegar.

É um abraço a mais, uma hora a menos de stress, um trabalho perto de casa, momentos livres pra brincar com os filhos, o controle remoto na mão à sua disposição, sem pressa. Pode ser a hora do almoço, aquela comidinha gostosa, o fim de tarde com os colegas, ou uma chuvinha debaixo do cobertor.  A música boa durante o engarrafamento, o prato trocado no restaurante que é bem melhor que o pedido, uma visita de última hora. O ingresso ganho quinze minutos antes do show carérrimo, a passagem de promoção pra uma viagem da última hora, a grama verde do jardim. O tempero da vovó, a aula de natação, o banho de cachoeira. Uma risada gostosa, um telefonema no meio da tarde, um beijo daqueles que tira o cansaço. 

Os prazeres simples são o combustível para a vida, que não fica tão simples mesmo com muito esforço. A gente desapega, consome menos, muda a rotina, melhora a alimentação, separa o lixo, recicla papel, dá mais carona. A vida não fica simples, mas fica mais leve, mais gostosa, mais repleta de coisas que fazem bem ao que nos é essencial.

Dar valor às pequenas coisas e saber lidar com as agruras do dia-a-dia com sabedoria, paciência e alegria de viver acaba atraindo pessoas e acontecimentos que acrescentam mais e mais àquilo tudo que já vem dando resultados. Coisas e pessoas que são o adubo pra gente frutificar mais genuinamente, brotando coisas que vem de dentro, lá da alma da gente.

Sem a beleza das coisas simples, fica sem sentido correr atrás do dinheiro. Dinheiro pra gastar com o quê, se não sobra tempo, nem ânimo, nem tesão em viver? Dinheiro pra quê se não há encontros, sorrisos e coração tranquilo? Dinheiro não vira alegria da noite pro dia. Dinheiro é bom, todo mundo gosta, mas não acalma choro de criança, não faz amizade, não vira amor.

Como diria um sábio amigo meu: prefiro ter tempo pra correr atrás do dinheiro, do que ter dinheiro e não ter tempo pra correr atrás do tempo.

Vamos acordar pro mundo, despertar pra vida e fazer alguma diferença aqui e agora. Nem que seja pra nós mesmos. Quando estamos bem, dividimos esse sentimento com tudo o que nos rodeia.

Não dá pra ser feliz só sábado e domingo...

terça-feira, 7 de abril de 2009

A chuva


Estou chorando
Cai a chuva como fossem lágrimas do céu
O gosto de sal na boca torna-se cada vez mais amargo

Sinto-me seca, oca
Como houvesse saído de mim
o rio que me preenche

Dirijo pela cidade sem saber mesmo aonde chegar
As mãos trêmulas erram as marchas
Erram o ritmo do limpador de pára-brisas

O sinal vermelho me paraliza
e me deixa respirar
Um pouco de ar
Freio a minha dor para conseguir acelerar

As lágrimas do céu tocam o automóvel 
numa cadência salutar
O infinito sabe de mim
Ele sabe do meu penar

É noite alta, madrugada
e eu não sei por onde começar
Não sei se é hora de dormir
ou se é hora de acordar

Os faróis buscam em mim
a luz que já não há

Passo pelos postes como se pudesse dar-lhes as mãos e dançar essa ciranda iluminada

Quero fazer parte dessa roda de vida
quero girar na roda da vida
Quero rosas em laços
quero abraços em fita