segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O abismo entre falar e ser ouvida


O silêncio traz a dimensão do infinito. É um meio de enxergar ao longe o que a percepção deixa escapar quando ficamos atordoado com estímulos sem fim. O silêncio transporta para a imensidão do desconhecido, daquilo que abrigamos em locais escuros e pouco visitados. O silêncio nos provoca, nos incita, nos excita. Um passo para transformar a imensidão em devassidão. Estar em contato com tudo o que existe de mais sagrado e mais profano em nossas mentes ocupadas apenas pela ofegância da respiração descompassada.

O silêncio é porta de saída e de entrada. É começo, meio e fim. Ficar em silêncio é uma forma de nos ouvirmos, de conversar com nossas vozes. O silêncio por ser ensurdecedor. Pode reunir sonhos, pensamentos e imaginações ao mesmo tempo. Pode ser uma balbúrdia em que não se distingue o que é, o que foi e o que nem pode ser.

O silêncio pode ser o mundo berrando para calar tudo o que existe dentro de nós. O silêncio pode ser tudo dentro de nós berrando para calar o mundo.

O silêncio pode ser a ausência absoluta. Ou a presença sufocante.

Silêncio pode ser barulho. Ou apenas, silêncio.

Um comentário:

Sebastian. disse...

"O meu silêncio é o meu grito."