terça-feira, 15 de janeiro de 2013

De repente, não mais do que de repente, virei gente grande

De repente, 30. Aconteceu comigo. Hoje.

Ainda faltam dois meses para completar a minha terceira década de existência no mundo. Mas hoje caiu a ficha de que virei adulta.

E foi em uma atividade corriqueira que eu me vi saindo do meu corpo, do meu rosto, dos meus anseios juvenis para entender que eu tinha, enfim, crescido.

Já morei fora, já morei sozinha, já vivi na cidade, já vivi no interior, já dei entrada no sonho da casa própria, já preguei dois diplomas na  parede, já tomei banho de cachoeira, já tomei banho de mar, já vi um monte de amigos casarem e outros tanto terem filhos, já chorei e já sorri, mas NUNCA tinha sentido que eu era gente grande. Até eu ir ao banco hoje para pedir um cartão de crédito.

Você deve estar se perguntando, mas como assim? É isso mesmo, caro leitor (hey, tem algum leitor aí?), do alto dos meus quase-30, eu ainda brincava de cartão universitário, aquele laranjinha, descascado, amassado, meio quebrado, que precisa raspar na calça jeans para a máquina ler, sabe? E SEM cheque especial. Sempre achei mais seguro e mais garantido só gastar o que eu tenho e deixar pra amanhã o que eu não posso comprar hoje.

Mas aí tem a parcela do terreno que eu precisava ir ao banco para pagar. E as viagens internacionais, e as milhas, e a praticidade, e o Visa, e o Master, e o chip e blábláblá. E eu achei que era hora de ter o meu dinheiro de plástico em 50 tons de cinza, em vez dos 50 tons de laranja, e uma conta que suportasse transações de mais de mil reais.

E aí começou a sabatina de uma coisa que parecia grego pra mim. Qual o cartão a senhora deseja? Qual o limite? Qual anuidade você acha razoável pagar? E o pacote de serviços para sua conta de gente grande? Inclui cheques? E transferências entre contas do mesmo banco? E DOC? E TED?

Escolhi um cartão cinza, que não é Platinum porque achei que começar com primeira classe era um passo muito grande. Escolhi uma mensalidade pro pacote de serviços que não me obrigasse a pagar R$1,20 por folha de cheque. Escolhi uma anuidade pro cartão de crédito que vai zerar quando eu tiver R$100 mil aplicados no Banco (e quando vai ser isso mesmo?). E escolhi ser gente grande. Aquele dinheiro de plástico me fez cair na real.

Saí do banco com um contrato assinado para receber dois cartões de crédito (duas bandeiras diferentes, vai quê, né?), R$ 500 reais por ano comprometidos com encargos financeiros e uma lágrima no rosto. Aquele retângulo de 40 centímetros quadrados me jogou direto nos 30. Sem dó nem piedade. Com juros e correção monetária.

Acho que só vou esquecer daqui a dois meses, quando for a vez da vida me apresentar a conta das três décadas. Espero que o empurrão seja mais gentil, afinal de contas, já serei uma mulher de 30, né?

2 comentários:

marciadays disse...

boa garota, boa...te acompanho no choro dos 500! Aguardando o próximo capítulo...

Anônimo disse...

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