segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cair pra cima


Um dia uma amiga me perguntou: E dá pra apagar o passado, como se os livros de nossas vidas aceitassem borracha?

E eu disse: Não. Não dá pra apagar o passado. Eu sou, tu és, ela (minha amiga) é. Somos todos esse passado que não se apaga.

E seu tivesse uma borracha de apagar livro de vida, eu só apagava os pontos-finais e trocava por vírgula, pra não ter que terminar as frases. Deixava o futuro se encarregar de pontuar pra mim. Porque o que eu mais quero no meu livro são travessões e reticências. E um lápis de escrever bem simples, desses que não têm borrachinha no fundo, pra não cair na tentação de esquecer alguma coisa à força.

Respeitando o passado, o tombo pode ser uma subida.

Nenhum comentário: