sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pelo alargamento do fim-de-semana!


Segunda-feira é sempre um dia estranho. Não menos do que o domingo, que é pintado com uma camada cinza muito própria dele. É uma cor que só se manifesta aos domingos. Assim como existe o brilho próprio da sexta-feira. É um brilho que só ela tem. É meio dourado, meio bronze. E reluz. Tem um tipo de pôr-do-sol que só existe na sexta. Parece muito com o de sábado, só que tem mais alegria, justamente porque é um prenúncio do sábado.

O domingo é aquele dia em que podemos curtir o não fazer nada, mas preferimos ficar incomodados com a proximidade da segunda. Mesmo que segunda seja a nossa folga, ou que estejamos de férias, ou que possamos acordar mais tarde. Deve ser herança dos tempos de colégio, em que amargávamos o domingo pensando na volta às aulas do dia seguinte. Aí estendemos essa sensação pra faculdade, pro estágio, pro trabalho. E a coitada da segunda-feira vira vítima do nosso pavor.

A segunda é o dia em que nosso relógio biológico reclama da hora de acordar. Nunca é tarde demais pra levantar na segunda-feira. Os olhos grudam, a cama chama, o dia fica looooooongo. A saudade do fim-de-semana nos faz blasfemar contra o dia que interrompeu a farra e essa angústia só acaba na terça-feira.

Quando chega a terça, já vai começando aquela sensação de que dali a três dias chega a sexta, mais uma vez. É uma sensação parecida com parar no sinal fechado: é super chato, parece que demora um século, mas dá um alívio ter a certeza de que o sinal vai abrir. E assim como o sinal sempre abre, a sexta-feira sempre chega.

Quando chega a quarta, logo no começo do dia a gente pensa: faltam três dias pro final de semana. Quando chega o fim do dia, a gente pensa: só faltam mais dois dias. A quarta tem esse poder de carregar em si começo e fim. Começa dividindo a semana ao meio e termina sendo quase quinta que é quase a sexta.

Aí chega a quinta-feira, como toda a pompa de quem abre passagem para a sexta-feira. Nesse dia, dá até pra dar uma esticadinha porque, afinal de contas, ficar cansado na sexta não tem problema, porque logo, logo chega o descanso. Quinta tem um pouco de fim-de-semana em sua essência.

Aí você dorme, ou não, na quinta, com a alegria de saber que vai acordar e já é sexta. Já percebe aquele brilho novo no ar. O dia começa e fica tudo diferente. As pessoas sorriem mais, o clima já é de festa. Mal chega o fim do expediente e o trânsito já tá caótico. Mas tudo dentro do espírito festivo de sexta. Dia em que o trabalho não rende e que o final-de-semana torna-se a cada minuto, mais real.

O sábado dispensa comentários. Fica entre a sexta e o domingo. Só traz coisa boa. Você dorme na sexta e acorda no sábado, sabendo que ainda sobra o domingo pra sofrer pela segunda. E o sábado tem essa vantagem de não ter se tornado o dia em que as pessoas sofrem pelo domingo. É, sábado é lindo!

E pro mundo ser mais feliz, eu sugiro que todas as segundas virem o domingo número dois. E a gente tem que prometer que não vai transformar a terça em algoz. E que vai parar de sofrer com a chegada da segunda. Aí a gente tem mais fim-de-semana e menos dia útil.

Melhor do que isso, só licença remunerada por tempo indeterminado. E vamo que vamo, minha gente. Porque a vida passa rápido e a gente tem que aproveitar. Faça chuva ou faça sol. Seja sábado ou segunda. E enquanto minha campanha não se torna real, a gente se diverte 24 horas por dia, 7 dias por semana.

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