terça-feira, 13 de abril de 2010

Lua nova


Engulo a noite com ânsias de quem tem pressa. Cada zumbido é testemunha da minha fome despudorada. As mãos abertas tentam pegar o que não podem carregar. Tento aumentar o passo, dar pulos para chegar logo. Faço queda de braço com o vento e deixo os cabelos embaraçados.

Quero ir adiante, entrar no meio da partida. Quero ser a juíza e apitar logo fim do jogo.

Não prego os olhos. Não sei meu nome. Não consigo mais sonhar.

Sigo a linha. Pulo a cerca. Jogo uma pedra na janela.

Um bilhete. Um nome. Um sinal.

Se hoje fosse lua cheia, ela virava um ponto final.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que venha, a seu tempo, a Lua cheia! E apos o ponto, que venha a virgula.
Beijo em sua alma!