quarta-feira, 14 de abril de 2010

Manhã de domingo


No guardanapo de papel, a letra em garranchos dizia o que não era preciso dizer. As palavras menos necessárias, tornam-se mágicas quando ditas por quem não precisa delas.

As bochechas vermelhas, envergonhadas, mal conseguiam enfrentar a presença mais do que notada. O olhar se desviava. E quanto menos se olhavam, mais pressa tinham de se encarar logo de uma vez.

Os rostos desencontravam-se na angústia de quem quer logo se encontrar. O peito acelerado buscava o compasso alheio para não bater sozinho.

Numa manhã de domingo é possível deixar o ar escapar, o corpo todo se encher e o coração sair pela boca?

Tomou uma água de côco. Correu. Para não se sentir só, cantou. Para não se sentir tão leve, tirou o tênis e pisou a grama.

Fugir é um tipo de solução.

Um comentário:

nina disse...

Nossa, juro... tá me fazendo um bem ler isso daqui.

Vou desmarcar a terapia de amanhã.
;)