quinta-feira, 4 de junho de 2009

Desinteligência


Quando o sol desperta e nos convida às cores do dia que a noite esconde sob a lua é hora de abrir os olhos e seguir rumo ao infinito horizonte que oferece, em leque, as inúmeras escolhas que podemos fazer. Hora de sentir a última gota de orvalho pingar sobre a testa ansiosa, enquanto chega a chuva correndo faceira sobre o rosto em sorriso. Hora de decifrar contente as nuvens que trafegam livres na imensidão azul do céu. Hora de colher a brisa com as mãos em concha enquanto se salta por sobre as pedras de açúcar como se fossem elas os únicos obstáculos que o caminho oferece. Hora de transformar em castelo montes de areia erguidos ao sabor da carícia dos ventos que correm ao Deus dará. Hora de colher em árvores doses cavalares de felicidade embaladas pela melodia púrpura de sonoras gargalhadas. Hora de sentir a presença mágica dos sinais de uma matemática de onde nada se tira e tudo é soma. Hora de descortinar as cores sortidas que ficam cara-a-cara conosco quando olhamos pro espelho.

Não é uma questão de falta de compreensão. São apenas línguas diferentes. Cada um vê o mundo de uma cor. Seja melhor ou pior, tudo aquilo que se vê ou que se sente é legítimo. E quem consegue entrar no mundo de outrem com lentes-de-fazer-ver-tudo-aquilo-que-se-quer?


Nenhum comentário: